A FELICIDADE MAIOR DE UM PAI
Acredito que não existe nada no mundo, nesse mundo tão complicado de se viver, tão injusto e tão cheio de agruras e desigualdades, mais importante do que perceber o brilho de vitória estampado nos olhos de um filho. E de uma filha.
Acredito que não existe ninguém no mundo, nesse mundo tão cheio de incertezas, de ódios e rancores vãos; nesse mundo no qual não cremos vivê-lo, consubstanciá-lo, trazê-lo para perto de nós como se fosse um rebento nosso, alguém que seja mais feliz do que eu.
É claro, falo sobre minha filha Mariana, para mim nascida Mariana Barbosa Nobre de Almeida, assim, sem tirar nem por, sem desmerecer quaisquer sobrenomes, nem evidenciar algum em detrimento de outro, ou porque soa melhor aos ouvidos um, ou porque um outro remete a tergiversações denotativas que possam transparecer algo além do que se está grafado e do que, verdadeiramente, representa. Simplesmente, minha filha se chama Mariana Barbosa Nobre de Almeida, como convém a uma princesa que tem uma mãe e, também, um pai.
A felicidade maior de um pai é estar acima de todas as adversidades e saber que, em alguns momentos, o melhor é renunciar a muitas coisas em nome de um bem maior. A felicidade maior de um pai é relembrar de um dia, quando sua filha estava infeliz em um colégio (ela era pequenininha, mas já se impunha) e acatou seu pedido, transferindo-a para outro e, assim, vê-la desenvolver-se feliz, sendo esse anjo de candura, por mim descrito em crônica alhures.
A felicidade maior de um pai é estar feliz com seus filhos, acompanhando-os, mesmo que distante, e vibrando com suas conquistas. Suas conquistas.
Tenho meu coração em festa e me declaro festivo e festivamente escrevo sobre as festividades que meu velho coração de pai festeja. Sei que é época junina e do meu peito saem balões iluminados por lumes de felicidade. Minha voz acorda a alvorada, soltando rojões de rejúbilo e não tênues são os rasgos de aurora que inundam um amanhecer em paz.
A minha felicidade maior, hoje, é compartilhada comigo mesmo, num brinde solitário, marginalizado e distante das homenagens feitas, e merecidas, para aquela que, para mim, é a mais linda acadêmica de medicina de que se tem notícia.
Tenho convicção de que fiz o que pude dentro dos meus limites. Tenho no ouvido, ainda, sua voz, linda, pedindo-me para orientá-la sobre redação, um item valorizado num exame vestibular. Lembro que desenvolvemos, a quatro mãos, um tema aleatório, somente para testar a parte ortográfica e os aspectos formais de uma narrativa, que é o seu forte, e eu fui dormir tranquilo, sabendo que minha “pipoquinha” faria uma excelente prova. E fez.
A felicidade maior minha, como pai, é dar-lhe os parabéns, minha filha, porque você é uma vitoriosa desde pequenina. Nas minhas mãos, para sempre, estará marcado, com os ferros da felicidade, o símbolo de sua vida: UM M. De Mariana e de Médica.
Sei, minha filha, que o futuro lhe reserva as maiores venturas. Estarei sempre atento ao que se passa ao seu redor, mesmo que distante e mesmo que, solitariamente, brinde ao seu sucesso e sua felicidade, que é tudo que eu quero nessa vida.
Parabéns, Mariana Barbosa Nobre de Almeida, pela felicidade que você me dá por ser o seu pai.