28 de mar. de 2012


A CURVA DE GAUSS
Gabriel, bem sabes que detesto matemática, não me convence a frieza exata de seus números. Prefiro a singeleza do espírito e a graciosidade do ser humano, quando pleno de sinceridade e de amor.
Entanto, dentre todos os princípios matemáticos, todos eivados na frieza de fórmulas, a mim um me tocou de forma singular: a curva de Gauss.
A nossa vida é um ciclo que nos remete a sucessos e fracassos. Quando jovens, vislumbramos um horizonte de brilho e de sucesso. É o início da subida dessa sábia curva. Começamos num tatear e aprendemos com o caminhar.
Há vinte e nove anos chegaste a minha vida, como um presente divino. Eu estava no meio da curva, sonhando com venturas possíveis para nós dois.
A vida foi nos mostrando agruras que nos fizeram passar boa parte de nosso tempo longes um do outro.
Enquanto eu chegava ao topo da curva, ainda buscavas teu espaço dentro de um lar, que não era somente matriarcal como querem divulgar, hoje em dia, nas redes sociais.
Meu filho, estou na minha fase outonal, enquanto estais na primaveril. Estou descendo a curva e tu nem chegaste a meio caminho. Esse é o teu tempo. Aproveita. Cuida de produzir o que a tua capacidade e inteligência te permitem. Que te cobrem, de ti mesmo, exigências para uma descida da curva com louros de vitórias, e não com lágrimas de fracassos.
A curva de Gauss, para mim, não é uma fórmula simples de matemática. É a divisora da existência e das realizações humanas: quem souber escalá-la com parcimônia e determinação, terá pouso suave no regresso às últimas etapas da vida, a que todos estamos fadados.
Meu filho, no teu aniversário eu só tenho no olhar o brilho da felicidade que essa data me proporciona. Só rogo a Deus que, nessa curva, Ele te dê toda a força na subida e o necessário apoio na descida. Aproveito para te declarar amor eterno.
Feliz Aniversário, filho do meu coração. Felicidades mil.

Para o meu filho, Gabriel, por ocasião de seu aniversário.

13 de mar. de 2012

PARA O AMOR, NÃO HÁ BARREIRAS
Para Renato Assunção e Gabriella Mendes

No hiato do teu sorriso
encontro pontos de união,
unindo cordões, antes umbilicais.
Teus olhos são meus faróis.


Meu cheiro mulato fascina
tua brejeirice menina.
Lágrimas não são de saudade:
Soluços são de felicidade.


Minha alma, em seu  torpor,
tateia entre lençóis,
onde nos amamos nós.
Perdido de amor, te busquei.
Tuas mãos eu afaguei, nas sombras da escuridão,
mas nada de te encontrar.


A vida não vai ocultar meu caminho.
Não tenho medo.
Mas tenho sim, tenho um segredo...
mas esse eu posso contar:
o único verbo que eu sei conjugar
é o verbo TE AMAR!