31 de mar. de 2011

Minha homenagem às mulheres, pelo seu dia, mês e pela beleza com que empresta graça aos nossos dias.

MULHERES... PORQUE AMÁ-LAS
Esta noite, como se eterna fosse,
De improviso, em canto doce,
Apenas busco a voz, mas perco a fala;
Há tantas mulheres, em meu redor,
E apenas quero amá-las.

Há nesse improviso o fervor do verso
Tangível o riso, mas que a noite cala,
Como se mudasse o rumo do universo.
A mulher... nessa noite, só quero amá-la.

Cinge meus olhos a infância perdida,
Mas minh’alma ainda assim não se abala.
Foge, furtiva para os jardins,
Buscando flores, desmanchando pétalas
E, ao vê-las, sonha rosas,
Vermelhas, túrgidas, amarelas,
Quem sabe cravos, rosas dálias...

Mulheres, nesta noite,
Eu só quero amá-las.

4 de mar. de 2011

DORES DA CIDADE
Esse céu da cidade é desbotado
É rosário difícil de debulhar
É amor com preguiça de amar
É travor dos meus olhos marejados.

Ai, meu São João,
Eu senti nesse bater de cancela
Que a canjica da paixão disunerou        
Que o meu pé de moleque azedou
E meu amor era só saudade dela


Quando olho a porteira do curral
E a paisagem do agreste tão florido
só me resta nesse peito tão dorido
o bater tristonho do milharal

Ai, meu São João,
Os balões são nossas estrelas
Mas o tempo de balão se acabou,
E nem fogueira ilumina a solidão
Da  saudade desse tempo que passou.

Cícero Braz de Almeida