13 de nov. de 2010

COM RESPEITO AOS PALHAÇOS, É HORA DE FECHAR O CIRCO

Com muito respeito à classe de palhaços e donos de circo, escrevo esta crônica em nome de tantos pais, como eu, que não têm sindicatos, associações, organizações e afins, como aqueles, para lhes defender. Não têm, sequer, um local grande o suficiente para abrigar-lhes em prol de uma causa justa: (desculpem-me a jocosidade do termo) a palhaçada ocorrida neste final de semana com o ENEM.

Antes de tudo, todos nós acompanhamos nossos filhos, ao longo de oito anos, numa batalha insana com intuito de ingressar numa faculdade federal e, depois, seguir a carreira escolhida e colher os frutos plantados ao longo desta árdua tarefa. Posso falar em nome de todos, pois sei que os objetivos, assim como os esforços envidados neste mister, foram parelhos, foram equânimes, foram honestos e trilhados ,palmo a palmo ,com muito suor e dedicação.

Com muito respeito aos palhaços, eis que uma instituição governamental, criada para cuidar do desenvolvimento educacional do povo brasileiro, ungido do mais alto poder dentro deste labor, o responsável direto pela condução de nossa juventude, a quem hipocritamente taxa de nosso futuro, comete o mais deslavado pecado dentro da área que lhe é afeta: errar o gabarito de uma prova além de dubiedade na distribuição de outra. Isto para mim tem nome: CRIME de lesa honra e o mais grave estelionato contra esta mesma juventude, futuro de nossa pátria. Pois sim!

O que esta juventude pode esperar de seu futuro se o governo, guardião mor de seus interesses, simplesmente só atina para os SEUS interesses? Que país é este onde estudar-se em escola particular virou crime? Onde nascer-se numa cor diferente da negra e uma etnia que não seja indígena tornou-se entrave para o desenvolvimento do país? Se o interesse meramente político deste governo é tornar  iguais os estudantes de escolas privadas com os da públicas, que se dote estas de meios legais, de nível, concupiscente para uma concorrência sadia. Para quê apelar-se para um erro tão chulo ( desculpem, não encontro outra palavra) para provocar a anulação de um concurso tantas e tantas vezes defendido, com unhas e dentes, em sua seriedade, a  prova de erros, de interpretações dúbias, de ações criminosas?

Mais uma vez peço desculpa aos palhaços, mas por que o interesse gritante dos reitores das universidades federais em aderirem ao novo método de exame? Seria o chamamento federal, acenando com o corte de verbas, caso contrariado em seu afã de massagear seu alterego? Isto tem nome, isto é ditadura, isto é nazismo e deve ser condenado por todos os brasileiros, os que estão se sentido indignados, como eu, e aqueles que serão amanhã. Não pensem que estou aprovando esta anulação movido por um interesse particular. Ao contrário, particularmente, estarei prejudicado pelo excelente exame feito por minha filha. Mas sou a favor da justiça e ela tem que ser perseguida até o fim para que todos, ao final, vejam seus esforços reconhecidos.

Sinceramente, não confio neste país. O jeitinho brasileiro está presente em tudo. Quantos casos de gabaritos comprados, de pessoas que fazem prova em nome de outra, que corrompem professores universitários para obter aprovação em suas disciplinas? São estas pessoas que se candidatam a cargos públicos e, pasmem, ocupam. É este o país que queremos para os nossos filhos, futuro deste país? Não, não queremos para nossos filhos trajetórias dos filhos de Ícaro. Queremos, isto sim, que aprendam a ser homens e mulheres dignos, honrados e guardiões das leis e dos preceitos morais, o inverso disto tudo que aí está a mandar em nosso país.

O erro, se proposital ou não, foi cometido por vocês e compete a vocês dele se redimirem sem proteger apaninguados de vocês ou coisa que o valha. Como disse alhures, não confio neste país e se meus valores morais não fossem tão rígidos, mudaria a educação que dei a meus filhos, torná-los-ia párias como vocês que comandam este país. O problema, senhores, é que eles também não aceitariam, porque são honesto demais para atos de tal jaez.

Com muito respeito aos palhaços, está mais do que na hora de se fechar o circo, porque a lona que o reveste já está pequena demais para abrigar mais ministérios e, por conseguinte, mais palhaços.

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